O Deus enganador
É frequente a confusão entre o "Deus enganador e o "génio maligno", quando falamos da filosofia cartesiana e das diferentes etapas da dúvida. Aparentemente idênticas são, na realidade, noções diferentes. O "Deus enganador" surge na sexta etapa da Primeira Meditação e é algo já equacionado à época. Assim, o "Deus enganador" seria uma espécie de pai que acalma as crianças perante algum terror, um medo, um cenário angustiante. Como refere Luc Ferry, na obra aqui sugerida há 15 dias, Descartes pretende dizer-nos que é possível que exista um Deus "e que esse Deus me engane por benevolência, para evitar que cometa disparates ou acredite em coisas erradas" (Ferry;2025, 120), algo admissível por alguns teólogos desta época. E algo diferente, portanto, da hipótese do tenebroso, mas brincalhão, génio..
Comments
Post a Comment